terça-feira, 24 de março de 2009

Uma boa pitada de Drummond

Uma das sedes de nostalgia da infância, e das mais profundas, é o céu da boca. A memória do paladar recompõe com precisão instantânea, através daquilo que comemos quando meninos, o menino que fomos. O cronista, se fosse escrever um livro de memórias, daria, nele, a maior importância à mesa da família, na cidade do interior onde nasceu e passou a meninice. A mesa funcionaria como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do poder de reunir todas as outras, e também de separá-las, pelo poder de preferências e idiossincrasias do paladar - que digo? - da alma, pois é no fundo da alma que devemos pesquisar o mistério de nossas inclinações culinárias.

Esta gostosura de ler está no livro A bolsa e a vida.

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